Francisco Anderson, de 20 anos tinha saído do sistema penitenciário há pouco tempo; o crime ocorreu no início da noite deste domingo (23)
O cenário famigerado e tão presente da violência na cidade dos Reis Magos, nada oferece para seus filhos, senão um ouro falso, um incenso venenoso e uma mirra que nada cura e cheira mal. Esses falsos Reis, vindos de um oriente cujo os braços estão sempre abertos e outros tupiniquins, iniciaram uma guerra por uma coroa que a cada dia é manchada pelo sangue, pelo ódio e principalmente por decretações impiedosas.
Depois de um final de semana marcado por assassinatos e atentados, não existem motivos para uma negação de que as facções estabelecidas e recentemente instaladas em território potiguar estão “Atirando e andando”, para a Segurança Pública. A defesa e a tomada de territórios estão custando o sossego e a paz do cidadão de bem, de boa parte dos bairros de Natal. Cidade Nova, Nossa Senhora da Apresentação, Pajuçara, Mãe Luíza e Planalto se tornaram campos de batalha, tudo pelo poder e a manutenção do crime organizado.
No início da noite deste domingo (23), Francisco Anderson da Silva, de 20 anos, recém liberado do sistema penitenciário, onde cumpria pena por tráfico, foi morto a tiros de pistola, em uma vila na rua dos Imigrantes, conjunto Vila Verde, Pajuçara. Informações indicam que ele estava uma “Biqueira”, local de venda de drogas, quando homens em uma moto chegaram e sem cerimônias efetuaram pelo menos sete tiros, acertando quatro no homem, que morreu a hora. Logo a Polícia Militar, aliás, instituição que é muitas vezes injustamente responsabiliza pela ausência em alguns pontos de Natal para frear esses conflitos, chegou para os procedimentos de praxe, que é realizar o isolamento e manter seguro o local e quem ali vive.
Não demorou para as equipes do ITEP e da DHPP também chegarem ao local. No endereço algo ocorreu, mas sem nenhum tom de novidade, o silêncio das pessoas. Caladas, as testemunhas sabem que se soltar o nó da mordaça e abrir a boca é assinar o próprio atestado de óbito. Esse comportamento legítimo diante da realidade vivida hoje, dificulta as investigações da Polícia Civil que acaba sofrendo com a cobrança dos mandatários do Estado acumulando inquéritos devido a falta de recursos humanos e materiais para uma investigação célere.
Sabemos que esses conflitos podem aumentar, e jamais se podemos subestimar a bandeira da morte nesses tempos que para grande parte da juventude, se tornar rico com o crime e pelo crime custe para ela a própria vida.