A guerra pelo controle territorial para outras investidas e a lavagem de dinheiro do tráfico, explica o crescimento e a expansão desses grupos movidos pela intolerância e o sangue.
Uma guerra que já dura mais de duas décadas no Nordeste: facções com diversas denominações trouxeram uma nova identidade criminosa a uma realidade antiga, como o cangaço. Com a expansão do tráfico de drogas, grupos violentos foram se formando com o objetivo de enriquecimento financeiro — uma prática já consolidada nos cartéis da América Latina.
O enfrentamento entre duas facções instaladas no Rio Grande do Norte continuou mesmo após a maior rebelião já registrada no Estado, ainda de forma desorganizada, a ponto de haver conflitos mortais entre membros do mesmo grupo. No entanto, em outras regiões do país, essas facções já vinham adquirindo características de organização inteligente e ambição voraz, trazendo novas estratégias do crime para as cidades nordestinas. O domínio do tráfico de drogas já não era suficiente: os dois lados queriam mais.
A reportagem do PortalBO conversou com o experiente juiz de Direito do Tribunal de Justiça do RN, Dr. Henrique Baltazar. O magistrado comentou o assunto com tom de preocupação, afirmando que os grupos faccionados estão colocando um ponto final na desorganização e se transformando em verdadeiras máfias.
Entrevista:
Novas alianças e discórdias entre facções contribuem para o aumento do número de homicídios na sociedade?
A chegada de novos grupos criminosos ao Estado representa um prenúncio de fragilidade das facções locais?
Na sua opinião, a facção criminosa PCC prioriza, em Natal, ações ligadas ao tráfico internacional devido à fragilidade da fiscalização portuária?
