Suspeito de liderar ações do Novo Cangaço, Marcelo resistiu por horas com troca intensa de tiros, recusou se entregar mesmo diante da presença de familiares e foi morto ao amanhecer. Comunidade aplaude ação das forças de segurança.
O silêncio da madrugada foi rompido por rajadas de tiros, helicópteros sobrevoando e viaturas em velocidade rumo ao bairro Portal do Sol, em Extremoz. Durante quase 20 horas, o Rio Grande do Norte parou para acompanhar um dos mais intensos e arriscados enfrentamentos da história recente da segurança pública estadual. O desfecho: a morte de Marcelo “Pica-Pau”, um dos criminosos mais temidos da atualidade e apontado como integrante de destaque do Novo Cangaço, grupo envolvido em ataques a bancos e grandes redes comerciais.
A operação teve início ainda na manhã do sábado (26), quando uma equipe da Polícia Militar se deslocou até uma residência na comunidade para averiguar uma denúncia de veículo roubado. Ao se aproximarem do imóvel, os policiais foram surpreendidos por disparos de fuzil. O que era para ser uma averiguação de rotina, rapidamente se transformou numa operação de guerra.
O pedido de reforço foi imediato. As rádios das forças de segurança entraram em prioridade absoluta. Rapidamente, equipes do CORE da Polícia Civil, PRF, BOPE, BPChoque, além do helicóptero Potiguar 01 da Ciopaer, chegaram ao local e cercaram a residência fortificada. O criminoso, sem poupar munição, atirava sem cessar, ignorando os apelos das autoridades, da negociação especializada e até de seus próprios parentes, que foram ao local implorar por sua rendição.
Segundo fontes policiais, Marcelo optou por um desfecho clássico entre criminosos de alta periculosidade: “matar ou morrer”. A recusa em se entregar mesmo diante da presença de familiares marcou a frieza e obstinação do suspeito.
Durante o confronto, uma mulher foi atingida e socorrida ao hospital. Seu estado de saúde ainda não foi divulgado oficialmente. Pelo menos três policiais foram feridos: dois por estilhaços e um atingido no braço, sendo rapidamente estabilizado e encaminhado à unidade hospitalar, fora de risco.
O tiroteio varou a noite. As tentativas de negociação foram esgotadas. Ao amanhecer deste domingo (27), o silêncio foi, enfim, restaurado com a confirmação da morte de Marcelo Pica-Pau. A notícia foi recebida com aplausos por moradores da comunidade, que por anos conviveram com o medo e o domínio silencioso do crime organizado.
Na manhã deste domingo, policiais que participaram da operação foram vistos se abraçando e sendo ovacionados pela população. Muitos moradores se aproximaram para agradecer pessoalmente às equipes.
A Secretaria de Segurança Pública confirmou a morte do suspeito e deve conceder uma coletiva de imprensa para detalhar a operação. Fontes extraoficiais ainda especulam a presença de outros criminosos no local, que também teriam sido neutralizados, mas até o fechamento desta edição não houve confirmação oficial.
Marcelo “Pica-Pau” era considerado um dos nomes mais perigosos da criminalidade no Nordeste. Contra ele pesavam acusações de envolvimento em ataques violentos a bancos, supermercados e em ações armadas contra forças de segurança. Sua morte representa um duro golpe contra o Novo Cangaço e marca uma vitória estratégica das forças de segurança do Rio Grande do Norte.
“A morte de Pica-Pau encerra um ciclo de medo e impunidade. Mas a verdadeira vitória está na coragem de quem escolheu defender a vida, mesmo diante da morte.”
Por: O Equilibrista
