Secretaria de Administração Penitenciária do RN parece esconder mentiras sinceras
Quando Alcaçuz morreu, logo vimos surgir campos verdejantes cheios de esperança para aquilo que antes era um complexo de dois gabinetes, que em uma dada ocasião, desafiou o Estado. Uma estrutura teoricamente apropriada para os novos chegados e aqueles remanescentes do dilúvio de sangue em janeiro de 2017. Naqueles dias de grandes novidades, dificilmente poderíamos imaginar que voltaríamos a ouvir e constatar histórias tão antigas e sempre novas. O Sistema Penitenciário parece que tá caindo de água a baixo. Já estaria na Fossa das Marianas se os policiais penais não fizessem o papel de quem de fato deveria fazer. Aliás, por falar em papel, um certo sujeito recebeu da justiça o Alvará de Soltura, mas vejam, só foi embora, devido uma miséria em real que a mãe do, agora ex-detento, tinha na bolsa para comprar uma resma de papel, para assim a liberdade ser assinada. Outros familiares tiveram que fazer a mesma coisa. Não tinha papel na SEAP.
Na edição anterior, também sobre a beira da fossa das Marianas, outro caso deixou todos os mares perplexos, imagine a própria secretaria autorizar o cadastramento de uma detenta para trabalhar no setor de distribuição de materiais diversos e ter acesso a documentos internos da SEAP com funções administrativas, como destaca o memorando de número: 250/2025/SEAP. Yasmim Dantas Forte Belo, já cumpriu pena no regime fechado e agora no regime semiaberto. A presidente dos Policiais Penais, Vilma Batista, enviou um ofício ao Promotor de Justiça da 19º Promotoria de Justiça da Comarca de Natal, Dr. Wendell Beetoven Ribeiro Agra, comunicando um possível risco à segurança institucional – Pedido de acesso de apenado ao Sistema Eletrônico de Informações (SEI).
Uma outra assustadora realidade vivida no passado, parece que está dando as caras novamente, as mortes de internos e internas. No mês de maio foram três, sendo dois homens e uma mulher, os casos ainda estão sendo investigados. Em uma dessas mortes, no pavilhão 01 de Alcaçuz, os presos se rebelaram e danificaram parte do pavilhão. Naquele momento a secretaria negou o quebra-quebra, mas imagens obtidas com exclusividade pelo PortalBO mostram paredes destruídas, pedaços de canos e uma das celas com as grades abertas.
A produção deste portal entrou em contato com a assessoria de comunicação da SEAP que irá enviar uma nota sobre os assuntos citados. O PortalBO recebeu também uma nota de um familiar da presa Yasmim Dantas, segue parte do texto:

O sistema nitidamente está em crise, vive dias difíceis e agora, mais que necessário é a clareza, das verbas destinadas, bem empregadas e amparar, de acordo com a lei, outros e outras presas que não caiam todos nas Marianas como o massacre que afundou o sistema no mar de sangue de 2017.