Natal, Rio Grande do Norte, 17 de Maio de 2024

Sequestro de crianças do Planalto será investigado pela Decap

Delegado Ben-Hur Medeiros assumirá inquérito que apura possível crime de tráfico de pessoas.

Redação   03/12/2012 às 15h10   -  Atualizada em 24/07/2017 às 11h55

Foto: Divulgação / Assembleia Legislativa

O delegado geral da Polícia Civil do RN, Fábio Rogério da Silva anunciou hoje (03) o desaparecimento de cinco crianças do bairro Planalto passará a ser investigado pelo delegado Bem-Hur Medeiros, titular da Delegacia de Capturas (Decap). A informação foi passada durante audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), do Tráfico de Pessoas do Senado Federal, que aconteceu na manhã desta segunda, na Assembleia Legislativa. As crianças foram raptadas há quase 14 anos e desde então o crime continua sem respostas. Os pais dos desaparecidos participaram da audiência.

No entanto, a divulgação de um fato novo deu aos familiares a esperança de rever as crianças sequestradas, ou pelo menos saber o que aconteceu em novembro de 1998 a dezembro de 2001, quando foram tiradas de suas casas. O representante do Ministério Público, o promotor de Justiça Juvino Pereira informou que no inquérito policial aparecem os nomes de um casal suspeito de ter levado as crianças. Segundo a investigação, o americano Jefrey Alan Preuuz e a brasileira Arlete Cury Mahs residiam no Planalto na época dos desaparecimentos e são apontados como responsáveis pelo sequestro, alegando que levariam as crianças para adoção.

Na manhã de hoje, a CPI do Tráfico se reuniu em Natal, pela segunda vez – o primeiro encontro aconteceu em maio deste ano -, para ouvir pessoas envolvidas na investigação e que desejavam apresentar novas informações. Foi o caso do delegado que assumiu o caso, na época, Eloy Carvalho Xavier. Após uma audiência pública, na qual foram apresentadas as informações sobre o casal suspeito, os membros da CPI se reuniram secretamente com o delegado e com mais três policiais que atuaram no caso, na época.

Durante a audiência pública, Eloy Xavier informou que tomou conhecimento da existência do casal, na época, e que, a última informação sobre o paradeiro dos dois era de que estavam morando numa cidade, no interior de São Paulo. Na ocasião, o delegado também se queixou de não terem permitido que ele continuasse na investigação. “Fui expulso do caso pelo delegado Heleno Luiz, que na época era titular da 10ª Delegacia de Polícia”, afirmou.

ERROS NA INVESTIGAÇÃO

 

 

A CPI do Tráfico de Pessoas tem como presidente e vice-presidente os senadores Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Paulo Davim (PV-RN), respectivamente. Durante a audiência, o parlamentar declarou que durante todos os anos de investigação a Polícia Civil do Estado cometeu uma série de erros e, para ele, a instituição não deve continuar investigando o crime. Para isso, o senador encaminhou a Ministério da Justiça uma solicitação para que a Polícia Federal assuma o caso.

Diante das declarações do senador, o delegado geral da Polícia Civil, Fábio Rogério disse que a instituição não pode ser maculada por causa de um fato isolado. “A Polícia Civil do estado é totalmente capaz de elucidar qualquer tipo de crime. No caso desse, que é um caso emblemático, foram cometidos erros no início da investigação. No entanto, a falta de estrutura da Polícia, em virtude do descaso de outros governos, prejudicou a investigação”, declarou o delegado que afirmou que a Polícia Civil possui a mesma estrutura desde quando ele ingressou na instituição, em 1997.

O delegado que está à frente do caso, atualmente, afirmou que informações fundamentais podem ter se perdido ao longo desses 14 anos, tendo em vista que algumas testemunhas morreram e muitas provas se esvaíram. “O tempo e os erros cometidos no início da investigação tornaram esse crime mais difícil de ser desvendado, porém, não é impossível. Essa informação do casal suspeito estava no inquérito desde o início. Por que nunca trabalharam a possibilidade deles serem responsáveis pelo sequestro? É preciso uma dedicação exclusiva para este caso”, afirmou.

POLÍCIA FEDERAL

A ideia de federalizar a investigação do desaparecimento das crianças do Planalto surgiu em maio desde ano, durante a primeira audiência pública da CPI no RN. Segundo o delegado geral da Polícia Civil, se for solicitada a entrega do caso à Polícia Federal, será feito. Dessa forma, a polícia investigativa do RN ficará totalmente de fora da apuração do crime. 

*Fonte: Assessoria da Assembleia Legislativa

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