Natal, Rio Grande do Norte, 02 de Maio de 2024

Juiz suspeita que grupo de extermínio esteja matando adolescentes infratores

Segundo Homero Lechner, a situação é resultado direto da falta de condições para o cumprimento das medidas socioeducativas.

Redação   31/08/2012 às 07h39   -  Atualizada em 01/02/2015 às 03h14

O juiz titular da 3ª Vara da Infância e Juventude de Natal, Homero Lechner, revelou nesta quinta-feira, 30, uma suspeita que vem preocupando o Poder Judiciário do Estado: há fortes indícios da atuação de um grupo de extermínio de adolescentes, que praticaram atos infracionais.

Segundo o magistrado, a situação é resultado direto da falta de condições, no âmbito dos poderes estadual e municipal, para o cumprimento das medidas socioeducativas.

Desta forma, segundo o juiz, quando um adolescente, que pratica um ato equivalente ao homicídio é deixado livre – por causa da falta de estrutura física dos centros de internamento – uma solução 'paralela' tem sido buscada pelo que o magistrado define como 'milícias'.

“Temos relatos recentes de encapuzados que invadiram uma casa bem tarde da noite. Ora, polícia só cumpre mandado durante o dia e eles chegaram chutando a porta da residência e ainda atiraram no animal de estimação da família por não terem encontrado o adolescente infrator”, diz o juiz, enquanto destaca a existência de vários atestados de óbitos que, estranhamente, são relacionados a processos que passaram pela 3ª Vara.

De acordo com Homero, esse alerta é ainda mais preocupante pelo fato de que retrata uma realidade apenas dos processos da 3ª Vara. “Muitos não denunciam e há muitos outros ligados a outras Varas, por exemplo”, conclui o magistrado.

*Fonte: TJRN 

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