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Natal, Rio Grande do Norte, 11 de Maio de 2024

Caso Andreia: delegado relata sofrimento da vítima antes do homicídio

Raimundo Rolim foi a primeira testemunha a ser ouvida durante o julgamento realizado em Parnamirim.

Thyago Macedo   20/03/2012 às 14h20   -  Atualizada em 24/07/2017 às 08h16

Foto: Thyago Macedo
Sargento Andrei Thies chegando ao Fórum.

O delegado Raimundo Rolim de Albuquerque Filho, que comandou as investigações do assassinato da gaúcha Andreia Rosângela Rodrigues, em 2007, foi a primeira testemunha a prestar depoimento durante o julgamento dos três acusados do crime. De acordo com o delegado, a vítima sofreu muito nas mãos do marido, o sargento Andrei Thies, e dos pais dele, Amilton e Mariana Thies.

Raimundo Rolim iniciou as investigações um mês após o desaparecimento de Andreia, em agosto de 2007, em Nova Parnamirim, em Parnamirim. A primeira atitude do delegado foi viajar para o Rio Grande do Sul para ouvir a filha de Andreia Rosângela de 12 anos. A menina é fruto de outro casamento, mas morou alguns meses com a mãe o sargento Andrei.

“A menina me relatou uma sequência de violência, inclusive com agressões físicas e torturas psicológicas por parte de Andrei e dos pais dele. Naquele momento, percebi que Andreia tinha sido assassinada”, revela. A criança também chegou a sofrer com perseguição do padrasto e dos pais dele.

“Ela me contou que desde que vieram morar em Natal foi um período de muito sofrimento. Durante o depoimento, que foi acompanhado por psicólogos, várias vezes ela parou e chorou”, disse. Após perceber que a dona de casa tinha sido assassinada, o delegado voltou para Natal e passou 30 dias de buscas constantes, com cumprimentos de mandados de busca e apreensões em residências, no bairro de Nova Parnamirim, onde morava Andrei e Andreia os pais dele.

“Passados os 60 dias do desaparecimento de Andreia, eu só tinha mais um ponto para revistar que era a casa que eles tinham alugado posteriormente em Ponta Negra. Com isso, conseguimos mais um mandado de busca e apreensão e fomos até lá”. Após quase duas horas, os agentes perceberam a terra revirada embaixo de uma árvore e observaram que as raízes estavam cortadas.

“Naquele momento, percebemos que havia um saco e algo como se fosse um corpo dentro. Retiramos, e descobrimos que se tratava de uma mulher. Daquele momento em diante, eles não tiveram mais como negar o crime, mas, mesmo assim, iniciou-se uma sucessão de mentiras”, revela.

O delegado explicou para a promotora Ana Márcia Machado e para os jurados que o pai do sargento, Amilton Thies, chegou realmente a confessar o assassinado em determinado momento das investigações. Porém, eles voltaram atrás depois e o Andrei assumiu toda a responsabilidade. “Foram tantas versões e tantas mentiras que, até hoje, eu não sei realmente como Andreia foi morta. O que eu sei é que houve um crime de homicídio e ele foi cometido pela família”, completou.
 

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