Rompimento entre PCC e Comando Vermelho reacende risco de ataques em todo o Brasil, com alerta máximo no RN, onde facções já protagonizaram episódios violentos.
O Brasil volta a acender o sinal de alerta com o anúncio do rompimento da trégua entre as duas maiores facções criminosas do país: o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Mensagens atribuídas aos dois grupos começaram a circular nas redes sociais nesta segunda-feira (28), revelando a quebra definitiva do acordo que, por cerca de dois meses, havia interrompido as hostilidades entre os rivais.
Os textos, chamados de “salves” — comunicados internos que funcionam como ordens oficiais dentro das facções — indicam que o clima de paz deu lugar a uma nova declaração de guerra. Em um dos comunicados mais enfáticos, o PCC afirma que “chegou ao fim nossa aliança e qualquer compromisso com o Comando Vermelho”. Na sequência, o CV publicou sua resposta em uma circular intitulada “Ruptura de Aliança com o PCC e Reforço de Diretrizes Internas”, na qual confirma o rompimento e determina o encerramento de qualquer relação com a facção rival.
O episódio levanta preocupações sérias nas autoridades de segurança pública, que temem uma onda de violência generalizada. Fontes do Ministério Público de São Paulo (MPSP) confirmaram à reportagem que os conteúdos são autênticos e estão sendo monitorados em diversas regiões do país.
A tensão é ainda mais evidente em estados como Santa Catarina, onde uma das mensagens do CV é direta: “A guerra com o PCC está reaberta e não haverá trégua. Não vamos aceitar nenhum integrante do PCC no nosso solo sagrado e iremos eliminar todos que descobrirmos dentro do estado. A guerra é sem fim até a última gota de sangue”. A ameaça explícita reforça os indícios de que confrontos armados, atentados e rebeliões em presídios podem voltar a fazer parte da rotina em áreas dominadas por essas organizações.
Segundo especialistas em segurança, a rivalidade entre as facções não se restringe a São Paulo e Rio de Janeiro, seus principais redutos. Estados das regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro-Oeste abrigam células ativas de ambas as facções, o que torna o cenário ainda mais instável. O temor é de que o rompimento leve à retomada de disputas sangrentas por território e controle do tráfico de drogas, afetando diretamente a população civil.
O governo federal, por meio do Ministério da Justiça, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas fontes ligadas à pasta indicam que medidas emergenciais estão sendo discutidas com os governos estaduais para conter possíveis explosões de violência. A retomada do conflito entre PCC e CV reacende uma das maiores ameaças à segurança pública nacional e coloca o Brasil diante de mais um desafio no combate ao crime organizado.