Os anjos estão prontos, mas faça a sua parte

A maioria dos afogamentos registrados este ano nas praias potiguares, foram provocados pela própria desatenção dos banhistas

Lidiane Padilha, de 32 anos ainda lembra aquele verão quando tinha apenas 16 anos. Ela e um grupo de amigos passavam o veraneio em uma casa na praia de Cotovelo, Litoral Sul da Grande Natal. A diversão contagiante e a alegria das férias de janeiro foram ameaçadas e por pouco o que era felicidade não se tornou em tragédia. Era sábado, finalzinho da tarde, Lidiane e mais seis colegas mergulhavam e desafiavam as ondas da praia na famosa brincadeira de “pegar jacaré”, uma espécie de surf usando o próprio tórax.

Os adolescentes disputavam quem conseguia completar o percurso até a praia foi quando Lidiane, sem notar, se afastou do grupo indo para uma parte de correnteza e acabou sendo puxada para mais longe ainda. Os gritos por socorro logo foram ouvidos pelos amigos que deixaram a brincadeira para pedir socorro. Mesmo sendo Carnaval, existiam poucas pessoas naquele ponto da praia e o apelo parecia se tornar sem efeito. Lidiane se afastava cada vez mais e o desespero da garota se juntou ao dos amigos que nada podiam fazer, pois acabariam no seguindo o mesmo destino. As pessoas na areia da praia também tentavam de alguma maneira ajudar, com gritos, pegando boias nas casas próximas e cordas, em uma tentativa quase em vão de salvar Lidiane.

Já se passara dez minutos e as forças da franzina menina estavam se esvaindo, o fim era triste e quase certo, foi quando surgiu um veículo de cor vermelha saindo de uma das ruas que dava acesso à praia, era um grupo do Corpo de Bombeiros que fazia um patrulhamento de rotina e ouviu os pedidos inflamados de socorro. Imediatamente dois deles saltaram da caminhonete já de posse de instrumentos para salvar Lidiane, em seguida outros dois correram também para oferecer suporte e em menos de 15 minutos a jovem que já estava sem esperança, foi trazida de volta para a areia e lá um dos bombeiros fez os procedimentos de reanimação na garota que logo reagiu.

Os outros garotos e garotas que estavam na água com Lidiane apresentavam feições de nervosismo, alguns chorando, outros abraçando os salva-vidas pelo feito, uma cena emocionante e ao mesmo tempo usada como reflexão e cuidados por aqueles adolescentes até hoje, uma experiência que deixou Lidiane na linha tênue da vida e da morte, uma história que deveria ser contada todos os verões e carnavais para quem gosta de desbravar nossa tão apreciada costa. Naquele dia o grupo voltou para casa respirando o ar da nova chance de vida de Lidiane, que assim como os outros aproveitaram bastante os dias de férias e talvez empolgados não tiveram a devida atenção de ver no monte de uma das dunas da praia uma bandeira vermelha indicando perigo. ‘ Os anjos estão prontos, mas faça a sua parte”.

Por: O Equilibrista

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