Natal, Rio Grande do Norte, 05 de Dezembro de 2024
Redação 04/11/2024 às 21h32 - Atualizada em 04/11/2024 às 22h54
Foram imagens de câmeras de segurança de um estabelecimento que flagraram o memento que a adolescente maria Fernanda entrou em um veículo no início da tarde do dia 31 de outubro no bairro Golandim, em São Gonçalo do Amarante. Essas cenas foram fundamentais para a elucidação de um caso que até então era considerado um mistério para todos. Através dessa célula informativa as equipes da Polícia Civil, orientadas pela DHPP (Divisão de Homicídio e Proteção a Pessoa) iniciaram um processo desafiador, porém bem característico ao ofício de cada um desses profissionais, descobrir, desvendar.
Passo, a passo o que era oculto passou a ser claro e óbvio. O que estava escondido, passou a ser descoberto e o que estava em silêncio gritou de maneira ensurdecedora. Era a verdade chegando a galope, a história de um homem obcecado por uma menina de 12 anos que não sossegou enquanto não levou dela o seu principal bem, a vida e antes, sua dignidade. Maria deve ter lutado como uma leoa para escapar das garras de “Billa” como é mais conhecido, antes de cair já desfalecida na cova rasa na areia branca da lagoa Vermelha de Pititinga. A menina abarrotada de sonhos gritou inutilmente por socorro para a única testemunha naquele momento pré-fúnebre, o vazio.
Para trás, Alex deixara Maria Fernanda quieta, entre uma lagoa e outra e acelerou em direção a cidade de Macaíba, mais precisamente para o distrito de Estivas onde, na tentativa de apagar o feito macabro que acabara de executar, ateou fogo no veículo que usou para levar Maria para a morte. Por ser uma região de muitas queimadas de vegetação, o fato não chamou muito atenção dos moradores, nem foi comunicado a polícia local. No entanto, a equipe estava bem perto de montar o quebra-cabeça, faltava pouco, era só uma questão de horas, a peça que faltava já tinha endereço, São José de Mipibu, distrito do Arenã, região rural, afastada do centro, coisa de quem quer se esconder mesmo, mas deu errado, a casa caiu para Alex. No início da tarde da segunda os agentes cercaram o local onde estava o rapaz de 35 anos e sem reagir ele recebeu voz de prisão, confessou de imediato que tinha matado a menina Maria, onde tinha enterrado o corpo dela e como atraiu a estudante naquele início de tarde de 31 de outubro.
Conduzido a sede da DHPP, em Natal, Alex foi ouvido durante a noite da segunda-feira (04) e deve ter relatado detalhes violentos e sombrios dos últimos momentos de vida de Maria Fernanda, que saiu de casa naquela tarde com a cabeça cheia de ilusões fomentadas pelo desejo doentio e monstruoso de um homem que fez uma menina, uma ainda tão jovem menina pagar com a própria vida, talvez o simples fato de dizer não.