Publicada: 02/04/2020 às 15h58

Apenados do PEP fabricam produtos de limpeza, em troca recebem salário e redução de pena

Projeto inovador no RN recebe o apoio do executivo estadual e de empresa privada

Por Sérgio Costa

 

O sonho de liberdade em um prazo reduzido e de reconstruir a vida vem se tornando uma realidade próxima para um grupo de apenados que cumpre pena em regime fechado no Presídio Estadual de Parnamirim, região metropolitana de Natal. Um projeto desenvolvido pelo governo do Estado que viabiliza na unidade prisional a atuação de uma empresa privada de fabricação de produtos de limpeza trouxe novos horizontes não somente para quem tem dívidas com a justiça, mas para gestores que acreditam em uma nova maneira de atender a uma filosofia de comportamento no sistema prisional em todo o país.

 

No PEP, há alguns dias é possível testemunharmos o desempenho e a dedicação de homens que foram selecionados de maneira criteriosa para serem os precursores desse projeto, fabricando produtos químicos, como água sanitária e outros que são comercializados no mercado. Essa atividade tem um preço positivo para quem em algum momento descumpriu a lei, a redução de pena e a bonificação salarial que é dividida entre familiares e o próprio preso através de um depósito em uma conta que é desbloqueada quando o indivíduo ganha a liberdade.

Para o diretor da unidade, Adailton Pessoa esse formato já existe em alguns Estados do país e vem dando resultados importantes. "Esse é o grande desejo de quem pensa e idealiza um sistema prisional de recuperação para pessoas que estiveram em algum momento da vida na posição de "fora da lei", mas que buscam outros caminhos e uma oportunidade de voltar a sociedade orientados e principalmente dignos de exercerem um trabalho profissional", disse.

O Presídio abriga cerca de 900 presos, porém apenas cinco deles fazem parte do projeto nesse primeiro momento, o que não descarta a participação de outros que serão avaliados e selecionados pelo comportamento e habilidade em desenvolver alguns serviços. A reportagem o PortalBO conversou com Silvanderson Augusto, um dos partícipes do projeto, ele afirmou que nunca pensou que seria inserido e tal trabalho que vem só trazendo mudanças na vida. "Foi uma surpresa para mim, eu pensava outra coisa quando me vi no cárcere, mas veio essa oportunidade que certamente não largarei", comentou.

A gerencia da empresa que investe na matéria prima para a fabricação dos produtos se mostra satisfeita com o comportamento do projeto e vem desenvolvendo novas maneiras de estender as atividades dentro dessa mesma perspectiva.