O presídio estadual de Alcaçuz, o maior do Rio Grande do Norte, enfrenta problemas estruturais desde sua criação e constantemente é cenário de fugas, por ser construído em uma área de dunas. No entanto, os presos também encontram facilidades como falta de efetivo. Para se ter uma ideia, das 11 guaritas existentes na unidade, apenas três estão ativadas.
Isso ocorre em decorrência da falta de agentes penitenciários e policiais militares da Guarda Carcerária. Mesmo assim, na madrugada desta segunda-feira (9), quando os presos começaram a sair por um túnel, a guarda agiu rápido e conseguiu evitar uma fuga em massa. No Pavilhão 1, de onde foi iniciado o túnel, 39 detentos tinha arrombado cadeados e saído das celas.
De acordo com informações repassadas por Joelson Galúcio, chefe de segurança dos agentes penitenciários, os homens que estavam nas guaritas de plantão durante a madrugada visualizaram os primeiros presos saindo pelo lateral do muro e pulando uma cerca. Com isso, eles começaram a atirar e conseguiram impedir que outros detentos deixassem a unidade que já foi considerada de segurança máxima.
Na manhã de hoje, o secretário estadual de Justiça e Cidadania, Thiago Cortez, determinou à direção de Alcaçuz que a imprensa não poderia entrar na unidade prisional. O diretor major Lisboa também não quis conversar com os repórteres que foram até a penitenciária e designou o agente Joelson para repassar detalhes da fuga.
Os detentos foragidos são: Júlio César Ferreira da Silva, Bruno Pierre Araújo Falcão da Silva, José Marcelo Lucas da Silva e Lindomar Pereira do Nascimento. No início da manhã, após a constatação da fuga, os agentes e policiais militares iniciaram um processo de contagem dos detentos do Pavilhão 1, onde o túnel teve origem.
O chefe de segurança de Alcaçuz explicou que no dia 20 de dezembro de 2011 foi localizado o túnel que já estava quase alcançando o muro lateral do presídio. No entanto, para que o buraco fosse fechado, os próprios servidores da unidade tiveram que realizar uma cota e comprar pedras e cimento para fechar a entrada do túnel.
“O restante da estrutura ficou toda aberta e, por isso, eles começaram a cavar novamente aproveitando os 22 metros que já estavam prontos. No total, acredito que o túnel por onde esses quatro fugiram tenha aproximadamente 30 metros”, disse Joelson Galúcio. O agente frisou ainda que na manhã de hoje apenas a parte de saída do túnel foi fechada.
“A parte onde eles iniciaram o buraco, que fica na quadra do Pavilhão 1 está aberta e não temos a menor ideia de quando vamos receber recursos para fechar esse túnel. Talvez tenhamos que fazer uma nova cota entre os funcionários”, ressalta Joelson.