Publicada: 22/01/2015 às 14h04

Reforço de PMs nas ruas anunciado pelo Governo não teve efeito para reduzir homicídios

Por Thyago Macedo

 Robinson Faria entrou com a promessa de que será o governador da Segurança Pública e de que vai transformar o Rio Grande do Norte em um dos estados mais seguros do Brasil. Eu, de verdade, acredito que ele possa concretizar esse desejo, basta realmente querer e viabilizar os recursos necessários para isso. Por enquanto, tudo continua como antes. Aliás, ao que parece, o número de homicídios tem até crescido nesses primeiros dias de 2015.

Logo no primeiro dia de governo, Robinson e a cúpula da segurança pública foram para a imprensa anunciar reforço imediato no policiamento ostensivo nas ruas de Natal e grande Natal. Anunciando investir em diárias operacionais para atrair os PMs ao serviço extra e bem como recolando nas ruas os policiais cedidos a outros órgãos, o Governo do Estado pretendia dar uma resposta imediata.

Até o momento, infelizmente, esse plano emergencial não teve nenhum efeito prático. O Rio Grande do Norte, em especial a região metropolitana, sofre com números alarmantes de homicídios. Até esta quinta-feira, dia 22, são aproximadamente 110 pessoas assassinadas, uma média de cinco por dia.

Por que isso acontece? A resposta é muito simples. O reforço imediato de mais policiais militares nas ruas está muito, mas muito longe do ideal. 300, 400 ou 1.000 homens a mais de serviço ainda é muito pouco. A Polícia Militar teve uma grande defasagem de policiais ao longo dos últimos anos. A população cresceu, o tráfico de drogas cresceu, os homicídios cresceram, enquanto o efetivo da PM encolheu.

Aliado a isso está a sensação de impunidade. Se a Polícia Militar tem déficit de policiais, a Polícia Civil praticamente definhou. Os bandidos fazem o que fazem, assaltam e matam livremente, porque perderam o respeito pela polícia. Eles sabem que podem matar a vontade que dificilmente vão se deparar com um PM na rua e, mais dificilmente, serão alvo de uma investigação policial efetiva, tendo em vista que, sem homens e sem estrutura, a Polícia Civil elucida poucos casos de homicídio em nosso Estado.

A verdade é que se Robinson Faria quer ser o governador da Segurança Pública terá que focar principalmente na redução das mortes violentas. Para quem não sabe, o medidor de insegurança em qualquer lugar do mundo é a quantidade de mortes. Por enquanto, com a sequência de assassinatos registrados todos os dias, o RN continua sim como um dos estados mais inseguros do Brasil.