Publicada: 20/09/2011 às 19h46

Presos transferidos de Alcaçuz para Mossoró são cadastrados no PCC

Reportagem teve acesso em primeira mão às fotos de todos os presos, suspeitos de participação nos ataques a ônibus em Natal.

Por Thyago Macedo

Dos 16 presos transferidos para Mossoró, na última sexta-feira, 15 estão cadastrados no Primeiro Comando da Capital, o PCC. O Portal BO, em parceria com o Jornal de Hoje, teve acesso com exclusividade às informações sobre a organização dos membros do “partido” e divulga em primeira mão as fotos dos detentos que saíram de Alcaçuz para o presídio federal, após os ataques a ônibus registrados em Natal.

De acordo com fontes da reportagem, os criminosos vinham sendo monitorados há vários meses e a transferência já era planejada. Desde o ano passado, o setor de inteligência da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania vem apreendendo material que compromete os detentos e revelam as ligações diretas com o Primeiro Comando da Capital.

Inclusive, uma lista com cadastrados foi apreendia, constando data da filiação e informações sobre cada membro. Atualmente, o PCC tinha sua grande força no Pavilhão 1 de Alcaçuz, onde estavam presos de alta periculosidade. Segundo informações colhidas pelo Portal BO, Alexandre Thiago da Costa Silva, o Xandinho, ainda é o cabeça do “partido”.

Ele teria iniciado o processo de instalação da facção nos presídios potiguares, após passar dois meses na penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná, em 2007. Hoje, no entanto, Xandinho divide o poder com outros detentos. Seu braço direito é Lázaro Luiz de França, conhecido por Nêgo Lázaro. Outro que atua como espécie de diretor é o irmão de Lázaro, Elias de França Ferreira, o Garrafinha.

 

 

A organização ainda possui vários presos cadastrados e alguns desempenham funções especificas. Alexandre Teodósio da Silva Pessoa, o Pelelê, por exemplo, é apontado como o matador oficial. Todas as informações são baseadas em investigações feitas por agentes penitenciários, baseadas nos matérias apreendidos nos presídios e em depoimentos.

Gilberto Lopes de Moura, por sua vez, é tido como o responsável por comandar o tráfico de drogas do grupo. Apesar da cúpula da Segurança Pública do Rio Grande do Norte negar que o PCC esteja envolvido nos ataques a ônibus registrados em Natal, a transferência dos integrantes do partido comprova que já havia um mapeamento e sabia-se da possibilidade de uma ação comandada de dentro da penitenciária.

No total, nove ônibus foram atacados e quase incendiados. Em um deles, os bandidos chegaram a pintar a sigla PCC. Os ataques simultâneos são semelhantes aos registrados em São Paulo no ano de 2006, quando o estado parou diante do Salve Geral. Ainda segundo o que foi apurado pela reportagem, um caderno de anotações foi apreendido em poder de Nêgo Lázaro contendo detalhes dessa ação, o que representa mais um indício de participação dos detentos nos ataques.

Os presos levados para o presídio federal de Mossoró vão ficar isolados uns dos outros. Com essa medida, a polícia espera impedir que eles articulem outras ações. Após a transferência, apenas um ataque foi registrado, na noite deste domingo (18), na Cidade da Esperança. Os presos transferidos que fazem parte do PCC são Lázaro Luiz de França, o Nego Lázaro; Marcio de Souza Vitor, o Potência; Edson Gonçalves de Macedo, o Loprão; Carpinely Silva Lourenço; Alexandro Teodósio da Silva Pessoa, o Pelelê; Elias Ferreira de França, o Garrafinha; Severino dos Ramos Feliciano Simão, Tirinete ou Gordo; João Maria Silva de Oliveira, Sêba, João Cego ou Pirata; Vandeilson Xavier de Araújo, Matuto ou Vavá; Marcio Cesar Corsino Freire; Nelrivan Rodrigues Medeiros; Alexandre Thiago Silva da Costa; Gilberto Lopes de Moura; Josenildo Augusto da Silva; e Bruno da Silva Reis.

*A reportagem completa sobre o assunto está publicada na edição desta terça-feira (20) do Jornal de Hoje.