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Natal, Rio Grande do Norte, 20 de Abril de 2024

Penitenciária de Alcaçuz precisa ser interditada, esvaziada e reconstruída

Thyago Macedo   27/04/2015 às 16h45   -  Atualizada em 18/08/2017 às 13h57

Foto: Thyago Macedo / Portal BO

 Construída em 1998 para ser um modelo de segurança e a maior unidade prisional do Rio Grande do Norte, a Penitenciária Estadual de Alcaçuz Francisco Nogueira Fernandes é hoje o maior problema do Sistema Penitenciário potiguar. Ao contrário de segurança máxima, a cadeia sofre com constantes fugas e descoberta de túneis e isso não é de hoje, não é só por causa das rebeliões registradas em março passado.

Nos últimos 10 anos, Alcaçuz sofreu com depredação e falta de investimento público, tornando-se um prédio antigo e de segurança frágil. Por esse motivo, acredito que a Penitenciária de Alcaçuz deve ser interditada, esvaziada e reconstruída.

Uma simples reforma não vai resolver o problema de Alcaçuz, porque trocadilho a parte, o buraco é mais embaixo. Colocar grades nos lugares, tapar buracos com cimento e areia e rebocar paredes não vai resolver o problema.

Para quem não sabe, quando foi inaugurada, a Penitenciária de Alcaçuz recebeu os presos mais perigosos do Estado, aqueles que estavam no famoso “Caldeirão do Diabo”. Mesmo assim, ela conseguiu se tornar um modelo, com projetos sociais e de ressocialização e, durante um bom tempo, foi sinônimo de calmaria.

Mas, com aumento da população carcerária e inércia dos governantes, não há estrutura física que resista ao desgaste do tempo e mau uso. O resultado é que Alcaçuz chegou ao limite total de depredação e falta de segurança. Um novo modelo de gestão precisa ser implementado na unidade.

É preciso destinar recursos para reconstruir aquele presídio, que tem população carcerária em torno de 900 homens. É preciso reconstruir paredes e pisos que impeçam escavação. É preciso investir em equipamentos de fiscalização eletrônica, como câmeras de vigilância nos corredores dos pavilhões, nas áreas sociais e máquinas de raio-x para impedir entrada de materiais ilícitos.

Alcaçuz ainda pode sim ser aproveitada como um grande presídio do RN. Mas, de reparo em reparo, como tem sido feito, a Penitenciária continuará sendo uma grande preocupação para a sociedade potiguar. Hoje, um preso perigoso, com condenação de 30, 60, 100 anos de prisão, faz questão de ficar detido em Alcaçuz, pois sabe que a chance de escapar é maior.

Ou o atual Governo age diferente dos passados ou o futuro do Sistema Penitenciário será igual ou pior que o presente.

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