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Natal, Rio Grande do Norte, 02 de Maio de 2024

Impunidade no trânsito provoca acidentes como o que matou nove na BR 406

Thyago Macedo   22/10/2013 às 09h56   -  Atualizada em 03/08/2017 às 21h11

Foto: Sérgio Costa / Portal BO

Assim como a violência urbana tem a impunidade como uma das principais motivações, acidentes como o que matou nove pessoas, na BR 406, nesta segunda-feira (21), também são provocados pela impunidade. Se falta policiamento nas ruas, também falta nas estradas. A quantidade de patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal ou até mesmo da Companhia de Polícia Rodoviária Estadual é infinitamente menor que a quantidade de veículos e rodovias a serem fiscalizadas.

O resultado disso é que motoristas e veículos em condições irregulares transitam livremente todos os dias, colocando em risco vidas inocentes. Centenas de carros de passeio são usados diariamente para transporte clandestino de passageiros e, muitos deles, desrespeitando limite de pessoas ou até mesmo de bagagem.

O caso de Ceará-Mirim é o triste retrato da realidade de vários municípios brasileiros, incluindo as capitais. Quem de nós nunca viu um alternativo ou um ônibus “entupido de passageiros”? Em alguns casos vimos até braços ou cabeça para fora, devido à superlotação. Isso é certo? Não. Porém, acontece porque não se fiscaliza e não se cobra o cumprimento das leis de trânsito.

Esse, aliás, é outro problema que alimenta ainda mais a impunidade. As leis que regulamentam crimes de trânsito estão longe de provocar medo. Eu, por exemplo, relato notícias da área policial há mais de seis anos e, até hoje, não tenho conhecimento de alguém que cumpra pena em presídio por ter praticado um homicídio no trânsito.

O motorista Francisco Cosme do Nascimento, de 41 anos, que dirigia o Kadett envolvido no acidente de Ceará-Mirim, pode ter sido o responsável pela morte dele e de mais oito pessoas inocentes, incluindo duas crianças. Ele assumiu um alto risco ao colocar tanta gente dentro de um carro pequeno, bem como, de acordo com a PRF, assumiu outro grande risco ao tentar atravessar a rodovia de maneira brusca.

O detalhe é que Francisco já estava com a habilitação vencida desde o ano passado e, inclusive, tinha sido autuado por embriaguez ao volante, neste ano. Mesmo assim, ele continuava dirigindo diariamente e, pior ainda, transportando passageiros. Está claro que ele fazia isso porque acreditava na impunidade. Provavelmente, ele também acreditava que nunca iria se envolver em acidente. Infelizmente, nove vidas se perderam por pura imprudência.

 

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