Publicada: 18/03/2015 às 15h22

Força Nacional no RN e a fragilidade do sistema de segurança

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 Há duas semanas o Rio Grande do Norte vem sofrendo com as ondas de rebeliões que acontece nos estabelecimentos prisionais do estado. Presídios foram quase que totalmente destruídos por revolta dos presos, os quais, entre outras reivindicações, exigem a saída da diretora de Alcaçuz e TV's e ventiladores em celas.

Já na última segunda-feira (16), uma onda de ataques em Natal, com incêndio em ônibus e até na viatura da Polícia Militar que se encontrava em uma oficina, fez com que o Governo decretasse estado de calamidade no sistema prisional do estado e convocasse a Força Nacional de Segurança Pública.

Essa convocação, no entanto, é um reflexo da fragilidade no sistema de segurança pública do estado que há anos vem sofrendo com a falta de investimento e valorização para os profissional. Enquanto a Força Nacional vem para o Rio Grande do Norte com equipamentos de qualidade e viaturas Nissan Frontier em perfeitas condições, a Polícia Militar do RN sofre com viaturas inadequadas para o serviço, como as viaturas tipo Gol e Sandero.

Outra diferença entre o reforço da Força Nacional e da convocação extra na Polícia Militar do RN é o valor das diárias. Enquanto os integrantes da FN recebem pelo deslocamento diárias a partir de R$ 250, recebendo-as ao final de cada mês; os militares do RN recebem um valor de R$ 50 por seis horas trabalhadas, sem data certa para receber, sabendo apenas que deverá receber no mês seguinte, de acordo com o prometido pelo atual Governo.

Apesar de reconhecer a bravura dos policiais militares do RN, como já declarou a Secretaria de Segurança Pública em seu twitter, a mesma justifica a permanência da Força Nacional no RN de forma transitória até acalmar a situação de rebelião nos presídios. Contudo, a Secretária Nacional Regina Mikki já declarou que a FN só entrará nos presídios apenas em caso extremo, devendo reforçar o policiamento ostensivo nas ruas de Natal, ou seja, se a Força Nacional foi convocada devido a situação de calamidade decretada pelo Governo no sistema penitenciário, ela só será empregada para tal fim em caso extremo.