Natal, Rio Grande do Norte, 23 de Abril de 2024

Alcaçuz: A mudança, um ano depois da rebelião

Neste domingo completa um ano da maior rebelião do sistema penitenciário do RN

Redação   14/01/2018 às 07h56   -  Atualizada em 30/06/2018 às 08h35

Foto: Sérgio Costa

Um ano após a maior rebelião já registrada no Rio Grande do Norte, o Portal BO voltou a Penitenciária Estadual de Alcaçuz em Nísia Floresta, região metropolitana da capital para verificar as mudanças ocorridas na unidade. Hoje são 1.100 apenados, praticamente o mesmo número durante a rebelião. Só que com uma diferença significativa, os apenados estão dentro das celas presos. Antes (desde 2015) ficavam soltos nos pavilhões. Não existe mais quebradeira, fugas, túneis. As facções davam as ordens no sistema. Agora quem manda é o estado. Foi implantado um regime disciplinar. Para tudo se tem hora e nem encostar o corpo nas grades o preso pode mais. "Fazemos revista diariamente. Tem dia que são três revistas. Ainda temos muito o que melhorar. Mas nada aqui se parece como antes. Tem disciplinar, tem rigor";, afirma Mauro Albuquerque, secretário de Justiça e Cidadania.

Três pavilhões foram reformados. O 01, 02 e o 03. Um investimento de três milhões de reais. Apenas o 02 ainda não está habitado com presos. "Os agentes penitenciários precisam fazer um curso de armamento e tiro que vai acontecer em abril. Após o curso poderemos ocupar o pavilhão com os internos", detalha Mauro.

A Penitenciária ainda precisa de outras reformas. A administração e os outros pavilhões. O investimento será de oito milhões, mas o recurso não está disponível e ainda não se sabe quando a obra irá iniciar. A unidade que tinha lixo por todo lado, agora vive limpa. Não existe resto de quentinha jogada pelos corredores, nem riscos nas paredes dos pavilhões. Os presos respeitam as normas. O alumínio das quentinhas e de outros materiais são vendidos para uma empresa do estado da Paraíba. O dinheiro arrecadado é revertido em benfeitorias para Alcacuz.

Os aparelhos celulares tão comuns nas mãos de presos durante a rebelião do dia 14 de janeiro de 2017, já não são mais vistos. As revistas evitam as entradas. A alimentação que familiares levavam para os presos nos dias de visita não é mais permitida. "Assim não temos comércio dentro da unidade. Antes lider aqui tinha bônus, hoje tem ônus", salienta Mauro Albuquerque

Dia 14 de janeiro de 2016, na Penitenciária Estadual de Alcacuz, presos se rebelam. Facções rivais iniciam uma quebradeira. Colchões foram queimados, pavilhões destruídos. Oficialmente 26 presos foram executados e mais de 50 fugiram. A maior rebelião do Rio Grande do Norte durou 14 dias.

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