A vida imita o vídeo e garotos inventam um novo inglês!

Sem livros, sem professores, sem aulas, sem direitos! O que sobra? Eu acredito que uma vontade medonha de fazer, de mudar, de ser notado.

Nos últimos anos o que mais vimos nos noticiários locais foram episódios trágicos e dramáticos. Meninos e meninas fardados se confrontando como guerreiros romanos na busca de algo, na busca do ser.

Enfrentam-se com tanto fervor que a vida passou a ser algo supérfluo, insignificante na mira de um 38 comprado no famigerado Mercado da Quatro. Preferem o sangue amargo ao invés do sagrado. Nessa sequência violenta, muitos se escondem em mantos encarnados e outros no alvinegro sem saborear o sentido da arte de torcer. Eles e elas gritam alto e outros só se calam quando chamam a polícia!

É assim e nunca diga “duvido”.

Em uma entrevista com um garoto de 16 anos apreendido por portar uma winchester 22 na frente do Atheneu, ele disse: “se os boy vier é daquele jeito, comigo não tem essa não [sic]”. Perguntei por quê? Respondeu: porque “é nós!” Somente.

Procurei compreender que na literatura da vida que eles vivem não resta outra coisa senão enveredar para o caos. O descaso é total.

Não entendo o motivo que leva tantos virar as costas para algo tão escandaloso, o avanço da desgraça promovida pela ausência da educação, o crescimento acelerado das agencias do tráfico de drogas envenenando dos nossos meninos e meninas. Até suponho, mas não ouso dizer, me chamarão subversivo, perderei o pouco que tenho e me levarão para Alcaçuz.