Natal, Rio Grande do Norte, 24 de Abril de 2024

A luta honrosa que mudou a cara da PM/RN

Sérgio Costa   21/06/2014 às 10h01   -  Atualizada em 08/08/2017 às 08h36

Foto: Sérgio Costa / Portal BO

Ainda há muito que fazer para termos uma polícia devidamente pronta, equipada, valorizada e, principalmente, respeitada como deveria. As feridas sangrentas e expostas claramente para todo mundo ver não mostram apenas a falta de importância dada pelo Executivo à categoria, mas o desejo quase que incontrolável dos governos em saborear o amargo do caos como se fosse bom. Além de tudo, perpetuaram na polícia um eterno paradoxo: ela é lembrada nas ameaças e conflitos e esquecida antes e depois disso.

Ainda hoje, nesses tempos de desconforto social, de fogo em ônibus, de menores adolescentes cuspindo na lei e algumas manifestações movidas a violência e intolerância, alguns sentem saudades do famigerado e velho regime, do silêncio maldito, do bastão impiedoso que transformou a polícia da época de chumbo no carrasco do povo.

O tempo passou e mesmo indignados com o que se noticia hoje, poucos permaneceram na empoeirada ideia de que lutar pela ordem e pela justiça é só assassinar o direito do outro, e fazer vista grossa para as verdadeiras razões do descontrole social. O pensamento dos que compõem as fileiras da PM mudou e estabeleceu de fato uma nova ordem movida pela democracia e pela luta organizada por valores legítimos.

Em três anos, os policiais e bombeiros militares do Rio Grande do Norte conseguiram mudar a cara da instituição, injetaram uma dose de esperança, fortaleceram opiniões, bateram de frente com quem só oferecia as portas fechadas. A luta pela lei de promoção, subsídios e melhorias estruturais mobilizou a corporação aos poucos, a cada assembleia, acampamentos, reuniões frustradas com o governo, vivenciando momentos de tensão, de agonia, mas nunca de silêncio, nem de medo.

As lideranças do movimento que deu nova roupagem a armadura do soldado nunca se mostraram quietas, reuniram, discutiram e deliberaram. Em muitos desses encontros eu estive presente cumprindo o meu dever de reportar as informações e posso atestar que as conquistas que vieram só foram possíveis por causa de um sentimento nobre e peculiar a esses guerreiros, a coragem.

Bem sabemos que mudar não significa desmontar de uma só vez a estrutura complexa, antiga e viciosa que desmotivou e desvalorizou os nossos homens e mulheres da linha de frente ao longo dos anos, essas conquistas recentes podem ter um tom de ensaio, de bandeira erguida declarando que as ideias, pensamentos e principalmente as atitudes já não são mais como as de antes e que lutar pela ordem deixou de ser apenas uma missão nas ruas para se tornar garantia de excelência e dignidade para a corporação.
 

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